sábado, 24 de julho de 2010

                                                                                                                            "{...}
— Por que não olha pra mim? – ele perguntou.


'Tenho medo' – pensei – 'Medo de me enganar de novo. Medo de mergulhar nos seus olhos cor de mar e me afogar. Tenho medo de te olhar e correr para os seus braços, medo de confundir tudo novamente, de achar o amor em algum lugar de você. Tenho medo de te olhar e ter a certeza de que continuarei te amando, apesar das feridas. Medo de achar que elas cicatrizarão e, sem querer, me machucar cada vez mais. E para não ser taxada de egoísta... Tenho medo de te prender.'.


Era o que eu queria conseguir responder, e ele sabia. No entanto, só o que disse, em tom amargo, foi:


— Não quero. {...}






Depois, o silêncio.


O dialogo mudo dos nossos olhares. O vento desalinhando meu cabelo, enquanto ele me acariciava.


E com o mesmo amor de sempre, me beijou. Pela última vez.






Então, fiz questão de esquecer que havia outros detalhes. Ele se foi e levou parte de mim, e minha mente não fazia questão de se lembrar de algo que eu não admitia que tivesse deixado acontecer. {...}"

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